segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Feriado prolongado - parte 1: Reims, Verdun, Luxemburgo

Aqui na França não é o dia 2 de novembro, Finados, e sim o dia 1º de novembro, dia de Todos os Santos, que é feriado. Portanto, neste ano tivemos um feriado prolongado, em que aproveitamos para fazer uma pequena viagem pelo leste da França, para ver alguns lugares que eu ainda não conhecia. O objetivo principal da viagem era conhecer a Alsácia, mas como tínhamos 4 dias inteiros e resolvemos ir de carro, acrescentamos algumas paradas extras. Vou então dividir o relato da viagem em dois posts, começando neste aqui.
No primeiro dia, saímos cedo de Paris e fomos até Reims, maior cidade da região francesa  Champagne-Ardenne, bastante conhecida pela sua imensa Catedral em estilo gótico e pelos seus fabricantes de... champagne, claro!  Nossa visita a Reims foi rápida, de passagem mesmo, mas fizemos duas atividades básicas: a visita da Catedral, muito antiga e bem conservada, onde foram corados diversos reis franceses, e a visita de uma “Cave” de champagne. “Caves" são as adegas onde as garrafas de champagne são estocadas para envelhecimento. Na cidade de Reims, há uma verdadeira rede subterrânea de caves, que são na verdade antigas zonas de extração de calcário – às vezes bem antigas, até do século IV! Hoje todas estas galerias estão divididas entre alguns prestigiosos fabricantes de champagne. Nós visitamos a Maison Taittinger, que, segundo o que nos foi explicado, fica no local onde havia uma antiga Abadia, destruída durante a Revolução Francesa – no subsolo, entretanto, restam vestígios desta abadia (os monges já utilizavam as antigas carreiras de calcário como adega). A visita custa 14€ por pessoa, pode ser em francês ou inglês (depende do horário) e dá direito a diversas explicações sobre a maison, as adegas e o processo de fabricação do champagne, e também a uma taça de degustação no final.
Caves de champagne da Maison Taittinger - Reims

As garrafas são colocadas nestes suportes quando o envelhecimento ja esta completo. A posição é para favorecer a decantação do deposito que se forma na bebida (que devera ser eliminado antes da venda).


As adegas são imensas... apenas neste "cantinho", mais de 72 mil garrafas de champagne...


Quando o champagne esta pronto, ganha um belo rotulo e rolha...

... e é comercializado ao redor do mundo!


Catedral de Reims

Catedral de Reims - interior


Catedral de Reims - detalhe da rosacea

Depois de Reims, seguimos em direção a Verdun, onde visitamos alguns locais históricos da Primeira Guerra Mundial. Começamos pela “Butte de Vauquois”, ao pé da letra “Monte de Vauquois”, que um dia já foi um monte onde um dia existiu um vilarejo chamado Vauquois. Como a região é bastante plana, esta pequena colina foi considerada um local estratégico e foi ocupada pelos alemães logo no início da guerra, em 1914. Os franceses retomaram o monte em 1915, e começou então o que é chamado de “guerra de posições”: trincheiras alemãs de um lado, francesas do outro, os soldados cavavam túneis para atingir o lado inimigo e então detonar explosões com minas, para causar o maior número de baixas possíveis. Mais de 14000 soldados ali morreram, a Butte de Vauquois só foi liberada em setembro de 1918. Hoje ficaram no local as trincheiras, restos de arame farpado, e os enormes buracos de explosões. Impressionante.
Depois, fomos a Douaumont, onde há um Ossuário onde estão ossos encontrados nos campos de batalha e, na frente, um cemitério de guerra, com túmulos de 15000 soldados franceses identificados. O outro monumento que visitamos foi a “Tranchée des Baïonettes” (trincheira das baionetas), que tem uma história curiosa (e um pouco controversa): soldados que estavam em sua trincheira teriam sido enterrados vivos pela terra ejetada por explosões de minas, e foram descobertos mais tarde apenas porque as pontas de seus fuzis, com suas baionetas, emergiam da terra. Um monumento foi construído em 1920 sobre a trincheira, e os soldados continuam ali enterrados, de pé.

Butte de Vauquois - buracos feitos pelas explosões de minas. Reparem no arame farpado à direita na foto.

Butte de Vauquois - Trincheira da 1a Guerra Mundial


Butte de Vauquois - Trincheira da 1a Guerra Mundial


Douaumont - Cemitério francês da 1a Guerra Mundial
Após estas visitas históricas, mas um tanto tristes, resolvemos mudar de país e seguimos rumo a Luxemburgo! Luxemburgo é um pequeno país, com apenas 2586 km quadrados e 500 mil habitantes, mas  é um dos países fundadores da Comunidade Europeia e tem o maior PIB per capita do mundo. Luxemburgo tem um Duque e um primeiro ministro, ali se fala luxemburguês, francês, e alemão, e há 15% de portugueses na população – fiquei impressionada, ouvimos muito português na rua!
Nós visitamos apenas a capital, Luxemburgo, que é uma cidade fortificada desde as épocas romanas, fortificações que foram evoluindo ao longo da história. O centro antigo da cidade é chamado de “cidade alta”, porque está no alto de falésias, que foram o vale dos dois rios que passam por ali. A cidade tem então vários níveis, e pontes e viadutos impressionantes que cortam o vale e ligam as diferentes regiões. Luxemburgo tem também muitas árvores, muitas áreas verdes – e como estamos no outono, elas não eram simplesmente verdes, mas multicoloridas! Um espetáculo, eu adoro as cores do outono.
Vista do centro de Luxemburgo, encarapitado no alto da falésia (foto um tanto palida por causa da nevoa matinal...)


Luxemburgo tem um Duque. E onde tem nobreza, tem guardinhas "fantasiados" na porta...


Brasão do Grão-Duque de Luxemburgo

Luxemburgo - vista da parte baixa da cidade

Luxemburgo

Luxemburgo
Depois de Luxemburgo, seguimos para Strasbourg e atacamos então o objetivo principal da viagem: a Alsácia. Mas isto é assunto para o próximo post!

2 comentários:

Taciana disse...

Fér, realmente muito boa essa viagem! Só morando na Europa mesmo para conhecer lugares tão cheios de cultura, história e beleza. Luzemburgo é linda mesmo!

Bjs,

taci

Tania Ziert Baião disse...

Feliz 2012!

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