domingo, 23 de janeiro de 2011

Um ano em Paris

Ontem, dia 22 de janeiro, fez um ano certinho que cheguei na França. A Tati já contou no blog dela a historinha de como eu vim parar em terras francesas (cliquem aqui), mas como não é todo mundo que me lê aqui que conhece a Tati, resolvi que ia aproveitar a ocasião para contar a minha versão de como tudo começou. Lá vai...

Quando eu tinha 14 anos,  cismei que ia aprender francês e que um dia conheceria Paris. Cismei, pronto. Entre a adoração pelos Hanson (mmmbop, ba duba bop, ba du bop...) e a paixonite pelo Leonardo DiCaprio compartilhadas com as amigas (hahaha, vcs não acharam que eu ia me queimar sozinha, né?!), arrumei tempo para cismar com a França. Até atormentei o meu pai para que ele me comprasse a coleção de francês do “Curso de Idiomas Globo”, com uns 25 livros e fitas cassete (ô naftalina, como diz a Tati) para aprender a língua. Claro que a decisão de aprender francês sozinha durou uns dois livros e meio e a coleção ficou lá tomando pó na estante – logo tem o vestibular, tem já coisa demais pra estudar... deixa aí pra mais tarde... quem sabe...

A adolescente (que gostava de Hanson, Leo DiCaprio e Paris) e seus amigos
Pois bem. O tempo foi passando, as paixonites de adolescência também, mas o sonho de conhecer Paris ficou guardado. Veio o vestibular, entrei na Unicamp. Logo percebi que muitos dos meus professores tinham feito uma especialização, um mestrado, um doutorado, alguma coisa na França. A minha parte cismada pensava “opa, pode ser assim... Termino a faculdade e depois me candidato a um mestrado por lá”. Mas a oportunidade acabou aparecendo antes, quando a Unicamp assinou um convênio de duplo diploma com o grupo das Ecoles Centrales da França (Paris, Nantes, Lyon e Lille). Entreguei minha candidatura. Fui chamada para a entrevista, quatro professores franceses me interrogando em inglês. Um deles, o mais baixinho, mais falante e mais invocado, pegando no meu pé com perguntas cretinas, me forçou até o meu limite, fez sair aquela parte dizendo “isso é o meu sonho! Quero ir!”. E um mês depois, chegou o e-mail dizendo que eu tinha sido uma das 5 pessoas escolhidas. Aquele baixinho invocado, M. Depeyre, tinha me ajudado a conseguir minha passagem para Paris. Aqueles livrinhos azuis com as fitas cassete iam finalmente servir para alguma coisa!

Desembarquei por aqui no finalzinho de junho de 2003, com mais 40 colegas universitários brasileiros vindos de vários lugares: Campinas, São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Ceará. Primeiro foram dois meses de curso de francês em Vichy, morando em casa de família, onde pude aperfeiçoar todos os meus enormes conhecimentos adquiridos em 5 meses de curso de idiomas globo. :-) E no final de agosto... Paris! (enfim, a Ecole fica na verdade nos subúrbios parisienses, mas vamos pular esta parte porque tira um pouco do charme hehehe)
Paris - 2004
Começaram as aulas, e entre os estudos, os passeios e as festas, tudo isto com os colegas, franceses e brasileiros, é claro, mas também italianos, espanhóis, chineses, russos, e etc etc, aos poucos foi se destacando para mim um certo par de olhos verdes. Franceses. Clément. Foram meses de paquera (ui que brega), até que começamos a namorar. Sabíamos que eu estava na França por tempo determinado (2 anos), mas fomos curtindo. Carpe diem. Entre o primeiro e o segundo ano, tínhamos um estágio para fazer. Com a ajuda da minha mãe, arrumamos um (quer dizer, dois, né!) no Brasil, em Vinhedo, na fábrica de macarrão (obrigada ao Chico!).  O Clément voltou para a França já com um português bem razoável, e quando chegou a hora de eu voltar para a Unicamp, ele tinha sido aceito para o duplo diploma por lá também. Voltamos juntos. Terminamos a faculdade, começamos a trabalhar em empresas francesas no Brasil, mudamos para São Paulo, nos casamos em 2009 e, com o contrato dele terminando por lá, consegui uma transferência pela empresa para cá e resolvemos tentar a nossa sorte por aqui. De volta a Paris.

Sei que minha história com o Clément não tem nada de tão diferente assim, é meio “clássico” até, tem muita gente que já passou, está passando e vai continuar passando por isso. Mas o que eu gosto mesmo é de ficar pensando em como uma “cisma” de adolescente acabou virando realidade, de jeitos que, é claro, eu mal poderia ter imaginado...
Paris - 2010

6 comentários:

Renato disse...

Saudades de vocês! Abraços!!! :)

Conceição disse...

Ahhhhh.......quanto pó tirado desses livros na estante e eu pensava dá vontade de doar esses livros não servem para nada só para tomar pó; ai nossa alergia não é Taci? Mas como diz a vó Zilda tudo tem sua hora.....e a sua chegou e o seu sonho se realizou porque você merece tudo o que aconteceu com você, beijos te amamos muito.

Taciana disse...

aaaaaaaaaaaah, que história linda, é um romance de nov... ops, de livro mesmo!

(E que vários livros continuem na sua estante, porque apesar da alergia - atchim - é tão bom lê-los! beijo para a conceição!)

Vcs são muito muito fofos juntos, eu não queria que vcs casassem só pela festa não, hahahaha!

Bjs e saudades!

Ana Paula disse...

HAHAHAHAAH adorei o texto! lembro até hj qdo vc me ligou e disse: conheci um francês que tem barriga de tanquinho! hahahahahah ali já percebi que a coisa ia longe.
Estamos com saudades Fér!
E Deus, que foto é essa da gente? Terror...

Bjs,

Ana Paula

Ana Paula disse...

HAHAHAHAAH adorei o texto! lembro até hj qdo vc me ligou e disse: conheci um francês que tem barriga de tanquinho! hahahahahah ali já percebi que a coisa ia longe.
Estamos com saudades Fér!
E Deus, que foto é essa da gente? Terror...

Bjs,

Ana Paula

Fernanda disse...

Ah, vai, Ânia, esta foto até que é engraçada! (e não reclama porque poderia ser pior, pelo menos assim está de longe...)
Na verdade esta foto é super datada, porque como me disse a Larissa, não tem ninguém olhando a câmera, o "fotografo" foi lá apertou o botão, pof, e como não era digital... acabou o filme, danou-se, fica assim! hahaha

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