Hoje, 2 de fevereiro, é o dia da Chandeleur, uma festa religiosa cristã, cujo nome oficial é “Apresentação de Jesus Cristo ao templo”, e que comemora a apresentação do menino Jesus ao templo de Jerusalém e a purificação de sua mãe, a Virgem Maria.
Esta frase inteira aí em cima eu simplesmente traduzi da Wikipédia em francês, onde eu fui parar depois de dar um google para saber o que era exatamente a tal da Chandeleur, já que para mim, pessoa que chegou por aqui nos tempos modernos onde as festas religiosas são cada vez menos conhecidas e celebradas, a Chandeleur é o dia em que, na França, todo mundo tem que fazer crêpes. Aliás, não simplesmente fazer crêpes, mas fazer as crêpes segurando uma moeda na mão e virando a dita cuja no ar com a frigideira – que nem em desenho animado, sabe? E sem derrubar, claro. A tradição diz que é para trazer prosperidade para o ano todo. (Ah sim, e para complicar um pouco mais, já vi também gente dizendo que tem que virar as crêpes no ar, sem derrubar, e tudo isto com a mão esquerda!)
Vocês devem estar se perguntando o que raios as crêpes têm a ver com Jesus e a Virgem Maria, e pois é, também não entendi. A Wikipédia diz que é porque tinha um papa que distribuía crêpes para os peregrinos que iam a Roma para a Chandeleur. Mas a Wikipédia diz também que faltam referências que confirmem isto, e eu sinceramente achei estranho este negócio de crêpe em Roma. Ou seja, não sei.
Mas de toda forma, esta história toda é só preâmbulo para eu colocar aqui a minha receita de crêpes! Quer dizer, receita da minha sogra na verdade, mas que Clément e eu fizemos e refizemos inúmeras vezes no Brasil e que várias pessoas tiveram o privilégio de comer (momento modéstia). Então lá vai:
Ingredientes para umas 5 ou 6 crêpes (1 pessoa se for a refeição)
100g de farinha
1 ovo
250 ml de leite, água, cerveja, ou mistura (eu uso metade água e metade leite integral)
½ colher de sopa de óleo
Uma pitadinha (inha!) de sal
1 colher de sopa (generosa!) de rum (pode ser conhaque também, mas eu sempre uso rum... ou cachaça na hora do aperto!)
Para fazer a massa, duas opções: ou misturar na mão (sem deixar empelotar), ou bater tudo no liquidificador. Deixar descansar duas horas. A consistência é bem líquida, a crêpe fica leve.
Depois, é a hora de fazer as crêpes. O importante é ter em mãos os instrumentos corretos: uma frigideira anti-aderente com fundo plano (plano meeeesmo! Uma panquequeira é o ideal), uma espátula grande e uma concha. Pegue um pedaço de papel toalha, coloque um pouco de óleo e “unte” a frigideira no começo e a cada 2 ou 3 crêpes (dependendo da qualidade do seu teflon). Deixe a frigideira esquentar bem, pegue a massa com a concha, despeje aos poucos na frigideira fazendo um movimento circular com a mesma, para espalhar a massa e deixar uma camada bem fina e uniforme por todo o fundo da frigideira. Coloque sobre o fogo e espere ela cozinhar – a massa vai se soltando sozinha, começando pelas bordas. O mais complicado nesta parte é decidir o momento de pegar a crêpe com a espátula, soltá-la inteira, e virar, sem quebrar. A crêpe já tem que estar bem cozida, se não ela não solta e “rasga”, mas também não pode estar queimada. No começo é difícil, a gente sempre estraga algumas, mas é questão de treino. (E aí quando você estiver craque em virar com a espátula, passa para a próxima fase e pode tentar virar jogando para o alto!)
Foto do Google - quando eu fizer crêpe aqui em casa, tiro foto e coloco aqui |
É possível colocar recheio doce ou salgado nas crêpes, e fazer crêpes simples ou duplas. Para as duplas, é como um sanduíche: primeiro prepare algumas crêpes (para o número de pessoas que vão comer) e deixe reservado, empilhadas sobre um prato. Depois, faça uma crêpe, coloque o recheio assim que virá-la na frigideira, e cubra com uma das crêpes que estava pronta. Para as simples, coloque o recheio assim que virar em metade da crêpe e dobre, fazendo uma meia-lua.
Algumas ideias de recheios salgados típicos:
Presunto e queijo
Presunto, queijo, tomate
Presunto, queijo, champignon
Presunto, queijo, ovo batido
Queijo, tomate, champignon
Salsicha, queijo, tomate
E de recheios doces:
Geléia
Nutella
Nutella e banana
Nutella e coco ralado
Doce de leite
E aí? Quem se arrisca na cozinha?
(Thácia, espero que você resolva tentar! Aí você publica o resultado lá no seu blog... você não vai deixá-lo de lado só porque terminou com a Ofélia, né?!)
Observação importante: em respeito ao Clément, favor não fazer crêpes de frango com catupiry. Obrigada.
5 comentários:
hahahahaha
A observação importante foi a melhor. Clement AMA catupiry no cachorro quente também...hahahahahahahaha
Saudades dos crepes....
Buaaaa
Pessoas, a receita é ótima e até uma pessoa iletrada em cozinha como eu consegue fazer (depois de anos observando a fér, claro). É óbvio que eu queimei o dedo na frigideira com esse negócio de untá-la de óleo periodicamente, mas atesto aqui que eu consegui virar as crepes no ar!!!! Dei até pulinhos de felicidade na cozinha!!!!
Ah, o Clément adoooora pizza de catupiry também!
PS: Saudades dos 3: fér, clément e crepes.
PPS: hj é dia da marmota também!
Saudades do catupiry!
Vc com saudades da calabresa e eu com saudades dos crepes! Agora eu faço tapioca com nutella! Uma delicia
Puts, qqr coisa com nutella é uma delícia...
Eu tb faço tapioca com nutella!
Postar um comentário